quarta-feira, 30 de junho de 2010

Cinema: Noivo Neurótico, Noiva Nervosa

Olá.

Hoje a dica de filme é um clássico de Woody Allen, um dos meus filmes preferidos. "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa" curioso título em português para o filme "Annie Hall", de 1977, conta uma história simples de uma maneira bastante complexa. Complexa, neurótica e unica.

A história é a seguinte: Alvy Singer (Woody Allen) , é um comediante pessimista e neurótico que, depois de passar por relacionamentos amorosos insatisfatórios, encontra a atriz, fotógrafa e cantora Annie Hall (Diane Keaton), e o filme se desenrola contando o que acontece no relacionamento dos dois, ao mesmo tempo que escava, nas memórias de Alvy, alguns dos motivos pra tanta neurose.

É mesmo um filme imperdível pra quem gosta de qualquer forma de humor não convencional. Woody, que além de ser co-autor do roteiro e atuar, dirige "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa", consegue extrair humor de cenas trágicas ao mesmo tempo em que utiliza técnicas e conceitos do diretor italiano Federico Fellini, dando ao filme um toque surreal em cenas em que, por exemplo, Woody se vê adulto na escola
onde estudou quando garoto, cercado por seus coleguinhas, ainda pequenos, discutindo com a professora sobre as razões do seu desejo sexual ter se manifestado tão cedo!

E não se engane, essa não é uma comédia romântica como as feitas hoje em dia. "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa" está em um patamar totalmente diferente. O humor é outro, e o foco de forma alguma é na beleza do amor, ou no romantismo em si. Se vocês assistirem a cena do primeiro beijo do casal, vocês entenderão o que eu quero dizer.

Espero que gostem.

marcus



terça-feira, 29 de junho de 2010

Conversa fiada: Because of The Times - onde Jared Followill se supera com suas marcantes basslines!

Galera,

Iniciando nos posts aqui no blog, já vou mandando uma resenha que fiz já há algum tempo e que postei nas comunidades Baixo Brasil e Kings of Leon, no Orkut.
E como sou o baixista da banda, não poderia ser diferente.
Falo basicamente sobre o trabalho do Jared Followill no Because of The Times, 3º álbum de estúdio do Kings of Leon.
O enfoque foi basicamente o contrabaixo no desenvolvimento e contribuição deste para o álbum, com algumas poucas citações aos outros musicos, o Nathan, Caleb e Matthew, visto que o assunto é o baixo em si.
Aliás, o Jared é um dos baixistas que mais me influenciaram desde que me entendo por músico.



Because of The Times (2007)
Kings of Leon
Baixista: Jared Followill
Baixo: Gibson Thunderbird IV - Ebony

É impressionante o fato de que no maior e melhor álbum do Kings of Leon segundo a critica, o baixista Jared Followill é o que mais se destaca!

Nos dois primeiros albuns, os três irmãos e um primo do sul do EUA, estiveram empenhados e arregaçaram as mangas na tentativa de fazer ''o mais puro rock'n roll'' mesclando influencias country, da música gospel americana e soul no geral, gerando assim verdadeiros clássicos para o rock nos anos pós-2000.

Because of the Times entretanto, tem um apelo maior pelo rock mais moldado e bem trabalhado e é justamente aí que todos os membros mostram que evoluíram após longos 5 anos de estrada divulgando os dois primeiros albuns, tempo em que viraram banda preferida de varios nomes consagrados da música, entre eles Bono Vox do U2, Mick Jagger dos Stones, os polêmicos irmãos Gallagher do Oasis, passando por Iggy Pop e a Chrissie Hinde do Pretenders, pra citar alguns.

Começando por Knocked Up, faixa introspectiva e ousada com 7 min. de duração, o baixista Jared Followill já dá uma amostra do que há por vir no álbum, carregando uma linha pulsante e bem definida no baixo.
A seguir temos Charmer, onde a introdução no baixo dita o ritmo que se segue, e há momentos que juntamente com o irmão Nathan Followill na bateria, eles simulam alguns grooves ''drum-n' bass'' que não chegam a ser nenhuma virtuose, porém elaborados de forma criativa e original.
On Call, terceira faixa do album, mostra Jared de uma forma diferente, em que novamente ele faz uma introdução, só que se aventurando no teclado agora, acompanhado apenas pelos vocais de seu irmão e guitarrista base, Caleb Followill.
A partir daí, Jared Followill impõe uma pós-intro apenas com os graves do seu Gibson Thunderbird IV e desenvolve aí uma linha de baixo impecável, em momentos de destaque para o primo e guitarrista Matthew Followill, que torna a musica ainda mais incendiária com seus solos igualmente criativos às linhas de baixo de seu primo.
A quarta faixa McFearless é tão boa quanto a anterior e não cansa os ouvidos por também contar com uma introdução no baixo, com um efeito de distorção bem interessante. A música quase nos remete a uma hipnose, em suas variáveis quase perfeitas entre linha de baixo e guitarra solo.
Black Thumbnail é marcada pelo baixo usando de forma precisa o efeito 'tremolo', em que há uma linha bem marcada e destacada, alternando com momentos eufóricos e de grooves acelerados.
My Party não deixa a desejar, com sua linha bem 'groovada' e novamente destacada: mais pontos para Jared Followill.
True Love Way talvez tenha a linha de baixo mais simples do álbum, mas não fica para trás, pois a melodia desta é carregada em sua forma basica, apenas pelas guitarras e principalmente pela ritmica da bateria. Ainda assim a linha de baixo cumpre bem sua função e Jared Followill manda uma linha bem conduzida e ainda consegue demonstrar bem o seu estilo de tocar, até nesta canção bem simples.
Ragoo é um dos trunfos do álbum.
Este reggae é provavelmente o que tira qualquer duvida em relação a evolução da banda e principalmente ao baixista, como músicos em crescente evolução de feeling e técnica: buscar novas inspirações e adaptá-las ao seu estilo, esta foi a tacada!
Jared Followill criou e executou uma linha de baixo em seu estilo próprio, bem preenchida e com um destaque que poucos baixistas conseguiriam, apesar de que todo reggae tendencialmente deve apresentar uma linha de baixo bem elaborada e por vezes destacada. Ele, ao mesmo tempo em que empunhou uma escala pouco usual no Reggae, criou uma linha distinta, que não ficou devendo a nenhum grande baixista da ''era Marley'' - pelo contrário: ao mesmo tempo, demonstrou mais uma vez ser um baixista autêntico e original ao criar suas linhas, respeitando cada estilo - sem firular - e inovando.
Fans apresenta uma linha simplória em alguns pontos - quase sem variar de tom - e em outros conta com uma criativa ''variação oitavada'', bastante usual no boogie dos anos 70 e inicio dos 80. Outra ótima linha, apesar de que nesta, fica a sensação de que ele poderia ter ido um pouco além e ousado mais.
A faixa a seguir é The Runner e aí Jared demonstra a imprescindível habilidade que todo grande baixista deve ter: saber criar linhas bem ''casadas'' com a bateria, mesmo sendo simples, o que dá um ótimo suporte para toda banda em si. Outra musica em que o baixo se mostra presente e ''guiando'' os outros instrumentos, de certa forma.
Trunk chega para ''balançar'' novamente e consegue!
Jared emprega uma linha melódica e com uma ritmica bem interessante, com seu estilo único de tocar!
A penúltima musica do álbum é Camaro, e com mais esta intro no baixo, que de cara faz lembrar o ''ronronar'' dos velhos carros ''sportage'' americanos, apresenta uma originalidade única, em que há continuas alternâncias entre ''notas soltas'' e uma linha de baixo bem pesada, hora agressiva e cortante, hora com uma melodia peculiar a parte. E para fechar o álbum, este clássico do Kings of Leon: Arizona!
É uma canção bem reflexiva, com grande influência soul e gospel, onde o baixo entra em certas partes da música com uma linha em continuo declive pelas notas e escalas de sua melodia. Outra linha marcante no baixo!

As B-sides referentes a alguns dos singles desse álbum:
On Call - My Third House;
Fans - Woo Hoo.
As duas últimas músicas não deixam nada a dever
para as que compõem o álbum.
Destaque para outra grande linha de baixo, na qual esta faixa tinha todos os pré-requisitos para também estar no Because of The Times: My Third House!

Confiram:

Até a próxima!

Jackson

Souaii: Desamarras, Na Natureza Selvagem e eu.




"A frieza daqui me devora

Eu não vou conseguir acordar.

Dou um salto pra guerra que eu preciso travar

Dou as mãos para a terra, eu vou me libertar

Vou levar a pé o que eu puder levar

E não há qualquer lugar melhor que eu."


Olá.

Ontem terminei uma música que eu gosto muito. Desamarras nasceu só como instrumental, muito inspirada no que o George Harrison fez no seu primeiro disco solo, All things must pass. Um tempo depois, na casa do Rafael Sena, guitarrista da Souaii, eu acabei criando um refrão pra ela.

Aqui começa a parte legal. Dias depois eu assisti pela segunda vez o filme “Na natureza selvagem”, de Sean Penn. O filme conta uma história real de um jovem recém-formado, com problemas familiares e uma inquietação com relação ao meio onde ele vive, que decide viajar pelos Estados Unidos, esquecer a vida que tinha e se entregar a vida na natureza. Depois de viajar por 2 anos percorrendo o território americano, ele decide finalmente fazer uma viagem até o Alasca.

O fato é que esse filme mexeu bastante comigo. Eu, um moleque de 19 anos com medo de tudo e de todos, com medo de esquecer de coisas que não se pode deixar pra trás e mergulhar numa rotina cinza, sem saber o que fazer do futuro e o que o futuro vai fazer de mim, vi em Christopher McCandless, ou melhor, em Alexander Supertramp, uma inspiração maluca. Vi um personagem, que para a minha tristeza é real, levando a sua insatisfação com as coisas ao extremo e fazendo o que eu nunca teria coragem de fazer. Subitamente eu me vi idolatrando um super-herói, como eu fazia ainda mais moleque, com batmans e super homens.

Mesmo não me inspirando o suficiente para encher uma mochila e sair andando pelo Cerrado, eu consegui, pelo menos, terminar a letra da tal música, inspirado nesse filme e no que ele me passou. Desamarras acabou contando a história de um homem que desiste da vida medíocre e se entrega a vida na natureza. O resultado pra mim foi satisfatório, ela me passa o sentimento de insatisfação necessário pra que eu me sinta uma espécie de viajante passivo enquanto eu escrevo coisas na internet. Acho que é uma letra triste também...


marcus

domingo, 27 de junho de 2010

Música: O Terço - Criaturas da Noite (1975)

"Eu te espero chegar vendo os bichos, sozinho na noite. Distração de quem quer esquecer o seu próprio destino."


Olá.

Começo, tímido, postando uma dica de disco especial de se ouvir, da banda que me fez virar, novamente, os olhos para o rock nacional que eu, inocente e enganado, achava que se resumia aos anos 80. Quando ouvi "Criaturas da Noite", do grupo "O Terço", minha opinião mudou completamente.

"Criaturas da Noite" é um disco maravilhoso que mistura o rock progressivo típico dos anos 70, de bandas como Yes e Genesis, música folk, e arranjos vocais muito bem bolados, com letras em português. Essa mistura fez com que fosse atribuído à banda o título de "rock rural". O lado ruim da banda é que algumas das letras deixam a desejar, mas nada que comprometa as músicas.

Foi só depois de "Criaturas da Noite", terceiro disco do Terço, é que a banda passou a fazer bastante sucesso, sendo conhecida e cultuada também na europa e no japão.

Foi duro escolher uma música de destaque, mas entre a regionalíssima "Queimada", a instrumental viajante "1974", a balada "Criaturas da Noite" e o rock clássico, hino dos fãs "Hey Amigo", acabo escolhendo Hey Amigo para dar o gostinho desse disco pra vocês.

01-Hey Amigo
02-Queimada
03-Pano de Fundo
04-Ponto Final
05-Volte na Próxima Semana
06-Criaturas da Noite
07-Jogo das Pedras
08-1974



Espero que gostem.

marcus

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Coisa à toa - o teste


Esse é um post de teste, sem nenhuma pretensão de ser interessante, engraçado ou... vamos falar de coisa à toa?