quinta-feira, 22 de julho de 2010

Música: Derek and the Dominos - Layla and Other Assorted Love Songs (1970)


Olá.

Hoje o assunto é o Slowhand. Não sou um profundo conhecedor da obra do Eric Clapton nem de blues, mas sei reconhecer um bom guitarrista e um compositor iluminado quando ouço um, e Eric é um deles, e dos melhores.

Eric Clapton começou sua carreira nos Yardbirds, em 1963, abandonando a banda, que havia enveredado seu som para um modelo mais pop, em 1965. Eric queria pular de cabeça no Blues. Daí pra frente ele entrou e saiu de várias bandas, como John Mayall & The Bluesbreakers e Cream (conheço essa última. O Disco Disraeli Gears é simplesmente genial).


Depois de tocar em tantas bandas e mostrar o seu talento em uma ainda nova carreira solo e até em um disco dos Beatles, fazendo o solo de "While my guitar gently weeps", Clapton adquiriu um status de estrela, de gênio da guitarra, e viu seu nome ganhando um peso maior do que o que ele estava interessado em carregar. A solução do mestre foi se unir a Bobby Whitlock, Jim Gordon, Carl Radle e Duane Allman para formar a Derek and the Dominos, lançando um disco teoricamente longe da pressão e da responsabilidade de ser "Eric Clapton", um disco considerado posteriormente seu melhor trabalho.

Layla and Other Assorted Love Songs.

Essa obra-prima de 1970 é um disco de blues rock em que Eric despejou toda a angustia da sua vida pessoal, na época conturbada. O guitarrista estava perdidamente apaixonado pela esposa de seu melhor amigo, ninguém menos que George Harrison (!), a modelo Pattie Boyd. Eric conseguiu com maestria interligar o seu drama, seu amor até então não correspondido, com o conto árabe de Majnun e Layla (que eu desconheço, mas imagino ter muito a ver com a história dele e da Pattie). As letras acabaram relatando então o momento de tristeza e dor da vida de Clapton.

Do ponto de vista da música, "Layla and Other Assorted Love Songs" as vezes é rock, como em "Layla", as vezes é blues, como em "Nobody Knows You When You're Down And Out", as vezes é leve e lírico, como em "I am Yours", mas é sempre Eric Clapton. De modo geral, o álbum tem uma atmosfera suja e pesada. A sensação que se tem é de estar presente no estúdio ao lado dos músicos enquanto as músicas são executadas. Em músicas como "Anyday", "Keep On Growing" e "Layla" esse sentimento se mostra ainda mais forte diante de um instrumental frenético e poderoso. Além disso, as vozes de Eric e de Bobby Whitlock unidas refletem o clima de desespero contido do guitarrista, principalmente em músicas como "I Looked Away" e "Bell Bottom Blues", uma balada emocionante, a minha preferida no disco. Eu não vou nem tecer comentários sobre as guitarras do disco, de Eric e Duane Allman. Eu não conseguiria.

  1. "I Looked Away" (Eric Clapton, Bobby Whitlock) – 3:05
  2. "Bell Bottom Blues" (Clapton) – 5:02
  3. "Keep On Growing" (Clapton, Whitlock) – 6:21
  4. "Nobody Knows You When You're Down And Out" (Jimmie Cox) – 4:57
  5. "I Am Yours" (Clapton, Nezami) – 3:34
  6. "Anyday" (Clapton, Whitlock) – 6:35
  7. "Key To The Highway" (Charles Segar, Willie Broonzy) – 9:40
  8. "Tell The Truth" (Clapton, Whitlock) – 6:39
  9. "Why Does Love Got To Be So Sad?" (Clapton, Whitlock) – 4:41
  10. "Have You Ever Loved A Woman" (Billy Myles) – 6:52
  11. "Little Wing" (Jimi Hendrix) – 5:33
  12. "It's Too Late" (Chuck Willis) – 3:47
  13. "Layla" (Clapton, Jim Gordon) – 7:04
  14. "Thorn Tree In The Garden" (Whitlock) – 2:53

E para sentir o gostinho:

Anyday

Bell Bottom Blues


Clapton is God.

marcus



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